RESENHA: O CÉU ESTA CAINDO

O "pai" do suspense novamente me deixou sem folego.

    Se houvesse uma família real americana a coroa seria dos Winthrop. Sempre simpáticos, carismáticos e voltados para ações de caridade, são o exemplo de pessoas "comuns" a sociedade hipócrita e narcisista que convivemos hoje. Entretanto, a um ano algo estranho vem acontecendo ao redor dessa família: Os pais, filhos e irmãos estão morrendo acidentalmente um a um. Sem pontas soltas e qualquer rastro pelo caminho, os acidentes não levantam suspeita a maioria. Tudo visto como um grande desastre... menos a Dana Evans.
     Dana é jornalista, curiosa e dispensa um não como resposta olha eu ai kk. Enxerga nas mortes uma possível conspiração ou vingança. Desconfiada da tamanha coincidência resolve investigar o caso profundamente. Envolvida na busca de fatos, Dana viaja para vários cantos do mundo em busca de alguma pista. Poucos colocam fé em sua capacidade, mas aos poucos os suspeitos vão surgindo e nesse instante o suspense começa.
     Sheldon possui o dom de deixar o leitor sem folego, a cada troca de página o aperto aumenta e o misto de vontade de atirar o livro na parede e abraçá-lo se confunde. Mil suposições passaram pela minha mente, porém o desenrolar é tão bem entrelaçado e rápido que é obvio, errei.
Daria para contar nos dedos as poucos vezes que me arrisco a ler um suspense, mas sempre que penso no gênero, dois mestres se sobressaltam na memoria: Sidney Sheldon e Dan Brown esse fica para uma próxima resenha.

Recomendo muito!

 " - Vocês, porras de jornalistas, não podem deixar os mortos em paz? São todos um bando de coiotes, que vivem investigando e denunciando corrupção politica e administrativas, roendo cadáveres...
Dana ficou sentada ali, absorvendo o choque."



 NOTA:  * * * *

RESENHA: TODO DIA

"Se você olhar no centro do universo, existe frieza lá. Um vazio. No final das contas, o universo não se importa conosco. O tempo não se importa conosco.
É por este motivo que temos que cuidar um do outro"

Sensacional. Meu livro do ano!
    Como é difícil descrever o amor, a experiência, a vida. É exatamente essas três palavrinhas que construíram esse livro. Nada como um sentimento (amor), a vivencia (experiência)e a oportunidade (vida). Esse conjunto de fatores - apresentado pelo melhor protagonista de todos - tornaram a história perfeita.
    A vida de "A" é diferente de tudo o que já li. "A" apenas existe, não possui gênero feminino ou masculino, além de não possuir um corpo físico. Dia após dia ele - e vou usar o artigo masculino para se referir a 'A' apenas para seguir a escolha da editora -, acorda no corpo de uma pessoa diferente. Essa pessoa pode ser qualquer um: Homem, mulher, rico, pobre, depressivo, feliz...
A, procura fazer o seu melhor, agindo no piloto automático e tentando não se interferir em questões que possam prejudicar seu hospedeiro. Apenas passa sem deixar rastros.
    Ele não possui pais, família ou qualquer pessoa no mundo que tenha ensinado a viver. Depois de muito sofrer quando criança e aprender aos tropeços como a sua vida era e quais suas condições, percebeu que o apego era algo doloroso e A, vivia até que confortavelmente na sua solidão. Entretanto, não poderia passar despercebido pelo amor; Eis que um dia acorda no corpo de Justin e acaba se apaixonando por Rhiannon, mas como manter uma relação se no dia seguinte tudo muda ?
    Devid Levithan escreve muito bem, e possui o dom de encher seu olho de lagrimas.
    Todo dia é leitura de ficção reflexiva, correndo longe do clichê, com vários trechos que te faz pensar como pode ser esse ser 'humanozinho' tão pequeno?. Pois, A, vive uma luta por um amor impossível, mas por vezes esqueci que ele estava apaixonado, porque o enredo é bem mais profundo. A maneira como A vê o mundo é celestial, só mesmo uma pessoa tão desprendida de crenças, padrões, influencias e sociedade para enxergar todos IGUAIS. Ta, ok, todos iram dizer que não fazem separações ou estereótipos, mas deixe de lado a hipocrisia velada. Fazem sim. A, que viveu todas as realidades em todas as escalas hierárquicas consegue ser puro (não ingênuo) e nos mostra como a sociedade influencia desde a infância e como o ser humano desenvolve a personalidade conforme o ambiente que vive.
    Enfim, o romance não é mimimi e Todo dia também me conquistou por todas as mensagens embutidas nesse tema: Como o amor sincero não é movido por crença, beleza ou cor, que para esse mesmo sentimento a distancia não abala em nada, que podemos sim viver com pouco se tivermos pelo menos alguém para nos segurarmos, e que se apegar não é tão ruim.

Por fim, não se engane, a intenção do autor não é explicar as condições de A, não espere respostas para todas as perguntas.
E o final? *---------------*  Obvio que chorei

"E quanto a religião, quer você acredite em Deus, Javé, Alá ou qualquer outra coisa, é provável que, em seu coração, vocês queiram a mesma coisa. Por uma razão qualquer, nós nos concentramos nos dois por centro da diferença, e a maior parte dos conflitos que acontecem no mundo é consequência disso."

NOTA:  *  *  *  *  *